A
ProDeaf, empresa que nasceu dentro da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco)
lançou na última terça (2) o aplicativo para Android da sua plataforma de
tradução do português para Libras (Língua Brasileira de Sinais).
O app,
que é gratuito e ganhará uma versão para iOS nas próximas semanas, compreende
entrada de texto ou de voz em português e traduz para a linguagem voltada para
surdos-mudos, por meio de um boneco virtual.
Para
Aline Garcia Rodero Takahira, pesquisadora de morfologia da Libras na USP, o
app pode melhorar. "O sistema ainda não apresenta todo o vocabulário da
Libras. Na falta de alguns sinais, muitas vezes a palavra é exibida por meio do
uso do alfabeto manual", diz. Contudo, segundo ela, tais defeitos são
comuns a qualquer programa de tradução.
O diretor
da ProDeaf, João Paulo Oliveira, diz que não pretende ganhar dinheiro com o
app. "É um ganho social. A comunidade vinha pedindo, pressionando [para
que ele fosse criado], e o custo para nós era muito baixo, pois a tecnologia já
estava pronta", diz.
Oliveira
conta que a empresa nasceu de um projeto acadêmico enquanto ainda era mestrando
na universidade nordestina, quando conheceu Marcelo Amorim, que hoje é o consultor
surdo entre os 12 membros da equipe.
Para
desenvolver o projeto, a empresa recebeu um aporte de R$ 100 mil do CNPq (órgão
federal de financiamento à pesquisa acadêmica) e patrocínios do Bradesco e da
Telefônica.
Uma
versão para Windows Phone do aplicativo também está sendo desenvolvida, segundo
a companhia.
A
capacidade de tradução inversa, com o reconhecimento dos gestos em Libras e
tradução para o português, deve ser lançada ainda neste ano, diz Oliveira.
AUXÍLIO
O ProDeaf
conta também com um dicionário eletrônico de português para Libras, que, para
Takahira, é uma ferramenta útil para estudantes. Além disso, para ela, o
ProDeaf pode ajudar na integração do surdo à sociedade.
Segundo o
Censo 2010, há 9,7 milhões de brasileiros com deficiência auditiva.
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